Mesmo com a derrota na eleição presidencial, o PSDB saiu fortalecido das urnas com os 51 milhões de votos conquistados pelo senador Aécio Neves (PSDB), mas terá que rever onde errou para perder “em casa”. Algumas lideranças do partido assumem que houve falha, mas dizem não saber exatamente qual foi. Outros nem mesmo admitem que foram cometidos equívocos ao longo da campanha do senador em Minas.
Na avaliação de especialistas e de lideranças do partido, o caminho agora para consolidar o destaque obtido é se colocar como a voz da oposição. E Aécio deverá fazer esse papel no Senado, até mesmo para se cacifar em caso de ter que disputar a “vaga” de presidenciável do partido com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em 2018.
O presidente da legenda no Estado, deputado federal Marcus Pestana, disse que é “quase incompreensível” a derrota de Aécio em sua terra natal. “A derrota foi produzida em Minas por uma ou várias razões, e precisamos descobrir o motivo”, destacou. Segundo o parlamentar, nas próximas semanas o partido deverá fazer pesquisas quantitativas e qualitativas para entender o que ocorreu entre os eleitores mineiros.
Já um dos coordenadores da campanha do senador no Estado, Danilo de Castro, nem mesmo admite que houve um erro. “Os mineiros não reconheceram o que Aécio fez por Minas. (A derrota) foi algo completamente inesperado. Foi esquisito”, disse.
O deputado estadual João Vítor Xavier (PSDB) foi enfático ao dizer que “nós perdemos a Presidência aqui (em Minas Gerais)”. “Que houve um erro do partido, houve. Se Aécio tivesse uma frente de 1,5 milhão de votos no Estado, teria vencido a eleição”, resumiu.
Na avaliação do cientista político da Universidade de Brasília (UNB) Antônio Flávio Testa, Aécio precisa “reconstruir a base do PSDB em Minas Gerais”. “O discurso da mudança não conseguiu atrair o eleitor que votaria na Dilma, não convenceu. O discurso agora precisa ser de contraponto à política do PT”, argumentou.
Legislativo. A oposição do PSDB deverá ser feita tanto em âmbito nacional como estadual. Em Minas, os deputados tucanos e aliados terão que “aprender” a atuar de forma diferente em relação aos últimos 12 anos. Na semana que vem, a bancada do PSDB vai se reunir para avaliar como e quantos irão compor de fato a oposição na Assembleia.
“Agora é um clima de reconstrução. Vamos construir uma trincheira com quem acreditar que deve estar do nosso lado”, explicou João Vítor Xavier. Ele avalia que o governador eleito Fernando Pimentel (PT) terá maioria na ALMG, mas que, se os partidos estiverem articulados, será possível “cumprir a missão de oposição”.
Técnicos acompanharam no TSE
O resultado da corrida eleitoral foi conhecido exatamente às 20 horas e 26 minutos de domingo, após anúncio do TSE. Mas antes que os números fossem tornados públicos, alguns técnicos do órgão acompanhavam, desde às 17 horas, todo um duelo entre as candidaturas. De acordo com dados divulgados pelo tribunal, cerca de 30 pessoas, entre técnicos, especialistas e servidores acompanhavam a apuração em salas do TSE.
Virada só com 89% apurados
Pelos números, o tucano Aécio Neves largou com vantagem no início da apuração, tendo a virada de Dilma Rousseff ocorrido apenas duas horas e meia depois do início da contagem, com já 88,9% das urnas apuradas. Nessa hora, Dilma atingiria 47.312.422 votos, enquanto Aécio ficava com 47.224.291. Segundo o TSE, o tucano iniciou 'vencendo' porque as primeiras urnas contabilizadas ficavam na região Sul e no Sudeste.
Fonte: http://www.otempo.com.br/cmlink/hotsites/elei%C3%A7%C3%B5es-2014/psdb-quer-reconstru%C3%A7%C3%A3o-mas-ainda-n%C3%A3o-sabe-onde-errou-1.938703
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