quinta-feira, 19 de novembro de 2015

PSDB reage e chama documento do PMDB de peça de ficção

Aécio afirmou ainda que "enquanto o PMDB integrar o governo, esse programa passa a ser algo secundário", como uma peça de marketing


A cúpula do PSDB no Senado reagiu nesta quarta-feira (18) à tentativa de setores do PMDB ligados ao vice-presidente Michel Temer de se credenciar como porta-voz de uma agenda austera na economia para tirar o país da crise.

Presidente nacional dos tucanos, o senador Aécio Neves (MG) disse que "levaria mais a sério" a proposta do PMDB se o partido "deixasse os sete ministérios que ocupa no governo para defender" ao lado da oposição as ideias que apresenta no documento intitulado "Ponte para o futuro".

Ele insinuou ainda que o PMDB se apropriou de propostas feitas pelos tucanos durante a última eleição presidencial, quando foi o candidato da sigla ao Planalto. "Levaria mais a sério se o PMDB deixasse os sete ministérios que ocupa para defender ao nosso lado essas propostas, muitas convergentes com as nossas, que defendemos na campanha eleitoral", afirmou o tucano.
Aécio afirmou ainda que "enquanto o PMDB integrar o governo, esse programa passa a ser algo secundário", como uma peça de marketing.

Questionado se havia risco de os tucanos verem seu discurso roubado pelos peemedebistas, respondeu: "Não vou nem considerar séria essa pergunta. O PSDB dá as boas-vindas ao PMDB no debate das questões do Brasil, mas o partido majoritariamente ainda prefere os cargos que têm no governo", concluiu.

DO NADA PARA LUGAR NENHUM

Líder da bancada tucana no Senado, Cassio Cunha Lima (PB) foi mais longe e disse que o documento apresentado pelo PMDB é "uma ponte que liga o nada para lugar nenhum".

"O PMDB é muito inovador e agora quer fazer oposição estando dentro do governo. A peça é uma ficção política", concluiu.

Para Cunha Lima, a repercussão do documento é um reflexo do "vazio" que domina o cenário atual e representa uma "humilhação" para a presidente Dilma Rousseff. "O maior partido da aliança apresenta propostas na direção contrária que eles pregam. Só um governo muito fragilizado... é a humilhação suprema."

Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/psdb-reage-e-chama-documento-do-pmdb-de-pe%C3%A7a-de-fic%C3%A7%C3%A3o-1.1172396

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Aécio anuncia reação do PSDB contra crise


Criticado pela aliança com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e por ser pouco atuante na retomada da economia, o PSDB resolveu agir nesta semana. Rompeu com o peemedebista, negociou a aprovação de pautas econômicas com o governo e já começa a anunciar a divulgação de documento com propostas para o ano que vem.

O PSDB busca maior empatia com o eleitorado nas eleições municipais de 2016, além de sinalização para o mercado financeiro.

"Vamos apresentar ao país um diagnóstico da gravidade da crise e do que nos espera para o ano que vem, mas principalmente propostas na área social, em razão da gravidade da crise pela qual passam hoje milhões de famílias brasileiras", afirmou Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido.

O documento será uma revisão da plataforma de campanha presidencial de Aécio em 2014, com propostas como pacto federativo e reforma tributária, além de enfoque social. A Executiva da legenda se reúne em duas semanas para fechar detalhes, e a apresentação da carta deve ser feita no início de dezembro em pronunciamento do próprio senador, que prometeu uma "fala forte".

A estratégia integra uma tentativa de recuperar o protagonismo do debate econômico, perdido desde a derrota nas eleições presidenciais de 2014. Em um ano de crise econômica, tucanos chegaram a apoiar algumas das chamadas "pautas-bomba" no Congresso. Algumas delas em contradição com a defesa histórica feita pela sigla, como o fim do fator previdenciário - medida aprovada pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Há duas semanas, os tucanos assistiram ao PMDB lançar um documento com propostas para a economia que destoavam das defendidas pelo PT. É dentro dessa estratégia que se explica a sinalização com o governo na negociação direta pela aprovação de pautas do ajuste fiscal. A oposição anunciou acordo para aprovar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) com alíquota de 25% na terça-feira. O pacto foi celebrado com um aperto de mãos entre os líderes José Guimarães (PT-CE) e Bruno Araújo (PSDB-PE).

Mais uma negociação acontece em torno da repatriação de recursos brasileiros no exterior, apoio que tem sido discutido diretamente entre Aécio Neves e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Jaques Wagner (Casa Civil). O texto recebeu voto contrário dos 48 deputados tucanos na Câmara, mas deve contar com o apoio dos senadores, caso o governo consiga desfazer as mudanças do relator Manoel Júnior (PMDB-PB), que concederam anistia para crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O PSDB deseja que a proposta se restrinja à evasão de divisas.

De acordo com Aécio, o apoio às pautas econômicas são uma demonstração do compromisso do PSDB com as questões que vão além do governo Dilma e são cruciais para o País. "Não vamos fazer como o PT que, quando era oposição, encontrava vício de origem em tudo que vinha do Palácio, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Plano Real."

No front político, o primeiro passo para a mudança de atuação foi o rompimento com Cunha, anunciado oficialmente pelo líder Carlos Sampaio (PSDB-SP). Até então, os tucanos trocavam apoio a Cunha pela promessa de encaminhamento do processo de impeachment de Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte:http://www.hojeemdia.com.br/noticias/politica/senador-aecio-neves-anuncia-reac-o-do-psdb-contra-crise-1.359469